20 dezembro 2007




"if i told you things i did before
told you how i used to be
would you go along with someone like me
if you knew my story word for word
had all of my history
would you go along with someone like me"

22 novembro 2007



O filme “Control”, sobre a vida de Ian Curtis, vocalista dos Joy Division, realizado por Anton Corbij, conhecido fotógrafo e realizador de vídeos de nomes como Depeche Mode e U2. Conta com uma banda sonora fantástica e excelentes interpretações de todos os actores, destaque para o desempenho extraordinário de Sam Riley no papel de Ian Curtis, que curiosamente também entrou no filme 24 hours party people.
O filme a preto e branco é uma adaptação do livro "Touching From A Distance" de Deborah Curtis, a víuva do cantor.
A história gira em torno das relações pessoais de Ian Curtis com a esposa Deborah Curtis, a descoberta da epilepsia, o nascimento da filha Natalie, o relacionamento extra-conjugal com a belga Annik, tendo como pano de fundo a ascensão da banda, até ao suicídio de Ian Curtis, em 18 de Maio de 1980, véspera da viagem para a primeira digressão nos Estados Unidos.
É um filme à altura de Ian Curtis e dos Joy Division, sem dúvida.

"A morte cria o mito, mas é a vida que o consubstancia."


22 outubro 2007

RECORDAÇÕES

Recordações...
Daquela paixão delirante
Dos beijos apaixonados
Dos abraços apertados
De tudo o que fomos antes

Recordações...
Dos carinhos, dos beijinhos
Dos passeios de mãos dadas
Dos sorrisos, das risadas
Do aconchego no nosso ninho

Recordações...
Das bebidas que tomamos
Das viagens que fizemos
Da história que escrevemos
Das noites que nos amámos

Recordações...
Das noites frias de inverno
Dos nossos corpos colados,
Dormindo sempre abraçados...
Das juras de amor eterno

Recordações...
Da nossa ingenuidade…

17 junho 2007


ZOO CLUB - Summer 2007

Junho
30 (Sab) – Roger Sanchez (Open party)

Julho
03 (Ter) – Rene Amesz
05 (Qui) – Fedde le Grand
10 (Ter) – Defected in the House – Copyright
12 (Qui) – Miss Nine & Kurd Maverick
17 (Ter) – Defected in the House – Dj Spen
18 (Qua) – Botz & Flydrums
19 (Qui) – Chus & Peter Gelderblom
24 (Ter) – Playboy party
26 (Qui) – Sandy Rivera
31 (Ter) – Pete tha Zook

Agosto
02 (Qui) – Tom Novy
07 (Ter) – Rene Amesz
09 (Qui) – Dubfire (Deep Dish)
14 (Ter) – Playboy party – Luís Lopez
16 (Qui) – Chus & Óscar de Rivera
21 (Ter) – Defected in the House – Dennis Ferrer
22 (Qua) – Botz & Flydrums
23 (Qui) – Steve Ângelo
28 (Ter) – Defected in the House – Jamie Lewis
30 (Qui) – Dj Roog (Hardsoul)

Setembro
01 (Sab) – Chus & David Penn
08 (Sab) - Closing Party (Dj's Residentes)

03 janeiro 2007

HERÓIS DO MAR
1980, predominavam nas rádios portuguesas as canções de intervenção e começava também a ascensão da música brasileira. O panorama começou a mudar com os temas «Chico Fininho», de Rui Veloso, «Cavalos de Corrida» dos UHF ou «Chiclete» dos Táxi. Era o boom do rock português e assistia-se ao desfilar de temas de três minutos que invariavelmente tomavam de assalto as tabelas de vendas em Portugal.
É em finais desse ano que Pedro Ayres de Magalhães aborda Rui Pregal da Cunha na discoteca Trumps, em Lisboa, e lhe pergunta se quer ser vocalista de um novo projecto musical. O futuro cantor dos Heróis do Mar era uma boa escolha. As suas frequentes incursões nos lugares da movida lisboeta de 80, o facto de ter participado no projecto musical experimentalista "Colagem Urbana", e a sua recusa em alinhar num Portugal passadista, faziam dele o homem certo para o lugar certo.
No mês de Maio de 1981 arrancam os trabalhos para o primeiro disco dos Heróis do Mar. Já com Rui Pregal da Cunha na voz, Pedro Ayres de Magalhães no baixo, Paulo Pedro Gonçalves na guitarra, António José de Almeida na bateria e Carlos Maria Trindade nos teclados, lançam o seu primeiro single: «Brava Dança dos Heróis/Saudade». Estávamos em Agosto de 1981 e em finais desse ano surgia o primeiro álbum da banda: “Heróis do Mar”. O trabalho é um dos melhores de sempre da pop nacional.
Os cinco amigos fundiam em disco e em palco diversas influências: canção, pop, modernidade, história de Portugal e até as sagas de aventuras japonesas do cinema. No entanto, a utilização de fardas, da bandeira de Portugal e da cruz de Cristo valeram-lhes as primeiras reacções adversas e a conotação com ideais fascistas, por parte da imprensa.
O Portugal de 80 parecia ser ainda de 60. E não compreendia que a banda procurava ser inovadora, mas sem trair um certo imaginário lusitano. Em «Brava Dança», os Heróis do Mar referem que várias pessoas lhes sugeriram que abandonassem aquela imagem inicial e que fizessem uma música mais ‘catchy’. O resultado foi um êxito estrondoso, “Amor”, de 1982. Os portugueses já tinham uma música para dançar nas discotecas.
Seria por volta desta altura que a revista britânica The Face os consideraria a melhor banda da Europa continental. Ainda assim, a transformação de “cartão de visita da modernidade portuguesa” para fenómeno de vendas não seria pacífica entre os fãs. Os êxitos continuaram a surgir em disco: «Cachopa» do álbum “Mãe” (1983), e principalmente os singles «Paixão» (1984) e «Alegria» (1985). Em 1986 surgia o terceiro trabalho dos Heróis, “Macau”. Neste álbum já se começa a notar algum cansaço e falta de ideias, descontando uma excelente canção: «Fado». No ano seguinte, os Heróis do Mar jogariam o seu às de trunfo com o single «O Inventor». A ideia presente neste tema, e em «Eu Quero», do álbum “Heróis do Mar IV”, fazia jus a uma certa forma ‘clean and fun’ de gozar com as pessoas que apelidaram no início a banda de fascista.
Com o lançamento de “Heróis do Mar IV”, em 1988, encerrava-se o último capítulo de um agrupamento que fez da mensagem, e da imagem, o seu leitmotiv principal, ou seja, a sua base de existência musical e cultural.
Nesta altura, as divergências musicais e pessoais atingiam o auge: Pedro Ayres de Magalhães fundava os Madredeus e António José de Almeida abandonava o grupo. Pouco depois era a vez de Rui Pregal da Cunha e Pedro Paulo Gonçalves iniciarem o projecto LX-90.
Ao fim de 25 anos, o legado dos Heróis do Mar permanece mais vivo do que nunca. Porque eles foram a melhor banda pop de Portugal e abriram caminho para tudo o que se fez a seguir. Ousaram quebrar barreiras com um guarda-roupa original, com temas que apontavam para o sentir lusitano: «Saudade», «Brava Dança dos Heróis», uma certa irreverência, «Amor» e «Paixão», ou o puro gozo pop, «O Inventor» e «Eu Quero».
A grande virtude de “A Brava Dança” consiste em recuperar uma memória que convém não esquecer. Mostrando material inédito e imagens que continuariam perdidas nos arquivos de televisões nacionais e estrangeiras. Outra das tarefas que o documentário executa na perfeição é a de dar voz aos Heróis, contextualizando o momento político e cultural que se vivia no Portugal dos idos anos 80.
Rui Pregal da Cunha, vocalista dos Heróis do Mar faz uma confissão: “Internacionalização? os brasileiros dizem que não nos entendem…”. Parece mentira, o conjunto até teve alguns temas seus a passarem em discotecas do Rio de Janeiro mas os tempos eram outros. Existiam apenas dois canais televisivos e não havia uma indústria musical em Portugal…
O público, que descobre ou redescobre os Heróis do Mar na discoteca Plateau ao som de «Paixão», percebe que o grupo lisboeta foi mais do que uma sensação do momento. A música deles é e continuará a soar actual e fresca.
Era muito saudável para a música pop cantada em português que Pedro Ayres de Magalhães, Rui Pregal da Cunha e restantes companheiros se reagrupassem para fazer um novo disco, uma tournée ou um DVD de um espectáculo ao vivo.
Os fãs da primeira hora rejubilariam e os mais novos ficariam certamente convencidos.
É sensata a reedição pela EMI do catálogo do conjunto prevista para 2007. No entanto, faz mais sentido a edição de uma caixa com todos os singles da banda, porque este era o seu ponto forte.

Pedro Salgado